Os preços dos alugueis em Moscou variam de acordo com o tempo que os inquilinos demoram em andar da casa até o metrô. A questão é que depois do alerta do serviço de Defesa Civil os moscovitas têm somente 15 minutos para se refugiarem no metrô. O metrô de Moscou está protegido contra bombardeios atômicos, claro.
A partir do pós-guerra, os túneis, as próprias estações e os dutos de ventilação foram construídos providos de portas herméticas. Todos os funcionários do metrô são instruídos a como atuar no caso de um possível bombardeio (muitos se perguntam para que há tantas mulheres idosas vigiando as escadas rolantes - justamente para ajudá-los a sobreviver no inverno atômico!). O metrô mais bonito do mundo é também imune às armas químicas e biológicas. Os saguões subterrâneos (lacrados, no caso de uma agressão) têm reservas de combustível, água, comida enlatada, etc. para 2 dias.
Este fato inspirou o jovem escritor russo Dmitry Glukhovsky a criar o mundo anti-utópico de "Metrô 2033", um mundo pós guerra atômica, onde a humanidade salva-se nos sistemas subterrâneos do metrô. As diferentes linhas guerreiam uma contra as outras pelo controle sobre os combustíveis. O negocio principal é o cultivo de cogumelos e porcos adaptados à escuridão. É um mundo de mutantes e ratos, iluminados com holofotes, onde o dinheiro são balas de Kalashnikov, e as pessoas andam com blusões acolchoados.
A novela do gênero diesel-punk não está livre dos estereótipos russofóbicos e anti-soviéticos, ainda mais multiplicados pelo mito do metrô mais lindo do mundo, estes estereótipos fizeram a obra bastante popular. Foi traduzida para o português.
«”Hansa” era o nome com se popularizara a Comunidade das Estações da Linha do Círculo. Estas estações estavam localizadas nos cruzamentos de todas as outras linhas e, por isso, no meio de todas as rotas comerciais».
«...a linha <vermelha> atraiu as pessoas nostálgicas do glorioso passado soviético... Os veteranos ainda vivos, os antigos homens saídos do Komsomol, a Juventude Comunista, os dirigientes e militantes do Partido Comunista e os membros permanentes do proletariado reuniram-se todos nas estações revolucionárias... As estações repescaram os seus velhos nomes da era soviética...».
Quando os neonazistas tomaram a estação Pushkinskaya, onde formaram “O Quarto Reich”: «...até lhe querem mudar o nome para Hitlerakaya ou Shchillerskaya... O Metro é para os rússos! Pretos para a superfície! Cada homem é um soldado e cada mulher é mãe de um soldado!».
«...a estação da Universidade <aislada pelo rio Moskva> não teria sido destruída... E alguns dos professores, tal como alguns estudantes, conseguiram salvar-se nessa estação. Havia uma espécie de abrigo nuclear sob a própria universidade, mandado construir por Estaline, e eu acho que também havia ligações ao Metro através de túneis secretos. Mas agora existe lá outro tipo de centro intelectual... Quem esta no poder são pessoas cultas e é um reitor que governa as três estações... Os estudos, aí, não pararam... E a cultura não morreu...».
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