Continuando o tema do nacionalismo...
O protagonista diz que sentiu como se fosse preso pelos ucranianos, pelos inimigos de guerra.
Uma vez fechadas as portas, os alto-falantes do Centro de Detenção começam a transmitir a marcha fúnebre. Depois, os detidos são espancados e humilhados pelo pessoal do Centro.
O protagonista relata, que durante sua estadia ele foi crucificado com algemas, espancado regularmente, ameaçado com estupro. Com frequência os detidos são obrigados a ouvir pela rádio de cela as gravações de choros infantis. A tortura física sempre é combinada com a tortura psicológica.
A ideia do pessoal do sistema penitenciário corrupto (todos são cúmplices) é extorquir dinheiro dos detidos, prometendo “melhorar” as condições sub-humanas. As tarifas variam, mas pelo preço de aluguel de uma habitação em Moscou lhe deixam sentar na cama e não ficar em pé o dia inteiro [*]
Outro motivo da tortura é fazer os detidos reconhecerem sua culpa.
Os nacionalistas perguntam ao protagonista convidado, que etnias eram os torturadores? Segundo os nacionalistas o pior mal é um imigrante, uma pessoa não russa, muçulmana.
Então o convidado responde que também ficou chocado, que todos os torturadores eram ...russos mesmo, igual a ele.
A epidemia de totura é ignorada pelo Kremlin, o tema não é bem-vindo nunca no campo informativo. Os torturadores publicamente reconhecidos nunca realmente são castigados. O pessoal da polícia e do sistema penitenciário é o mais desprezado e odiado pela sociedade russa.
* Os criminosos ricos até podem viver na prisão muito bem. A quadrilha de Serguei Tzapok durante 30 anos aterrorizava um povoado no Sul da Rússia (estuprando e matando a torto e a direita) e foi julgada apenas pelo massacre de 12 pessoas, incluindo 4 crianças, o que foi o auge de sua carreira. Então um membro desta gangue Viacheslav Tsepoviaz conseguiu publicar fotos da prisão, onde ele aparece comendo caviar e caranguejos. Também ele desde a prisão enviou para sua filha um presente: um Audi TT. A família deste criminoso continua vivendo no povoado numa casa grande com os empregados, heroizando seu parente e ameaçando todo o mundo com sua libertação iminente. Tudo isso acontece, mesmo que os “negócios” desta banda fossem criticados pelos ministros, governadores, presidente de parlamento… Ou seja, os canibais patenteados não são realmente castigados, nem perdem seu status social. Enquanto as pessoas inocentes podem ser torturadas para reconhecer os crimes de outros.
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