понедельник, 4 октября 2021 г.

Sobre a bomba migratória debaixo do edificio que se chama Rússia

Na Rússia cresce o ódio contra os migrantes. Do mesmo jeito, como nas repúblicas ex-soviéticas cresce o ódio contra os russos. Será que isso vai a mando das autoridades?

Por um lado, o governo liberal da Rússia importa a mão de obra por causa da despopulação dos russos (no resultado da Reforma de 1991-2021 a Rússia está no TOP-10 pela mortalidade). Ao mesmo tempo, a Rússia está no 2º lugar na lista dos países que recebem grandes fluxos migratórios, depois dos EUA. Naturalizando os migrantes, o governo russo esconde a mortalidade excessiva dos russos.

Por outro lado os migrantes são os bodes expiatórios perfeitos, porque eles não têm plenos direitos, são quase escravos para as grandes empresas e ao mesmo tempo a concorrência entre os migrantes e os russos muda o foco da irritação do povo para um objeto falso. Em lugar de questionar a economia de mercado como tal e a desindustrialização (a causa), os tolos atacam os migrantes (a consequência).

E o mesmo truque é explorado nas repúblicas ex-soviéticas: os russos, sendo minorias lá, abandonados pelo governo russo, também são bodes expiatórios super cómodos para as elites aborígenes.

A culpa é do migrante, os malditos bárbaros baixam os salários, trazem sua baixa cultura e roubam a gente, dizem os nacionalistas russos.

A culpa é dos russos, os malditos imperialistas russos fizeram tanto estrago para a nossa cultura autóctone e ainda continuam roubando a gente, dizem os nacionalistas cazaques/uzbeques/ucranianos/armênios/bálticos/etc.

E todos concordam, que a maior culpa é de Lenin!

Conforme os dados de Putin, Lenin colocou uma bomba atômica em baixo da Rússia, gerando a superpotência soviética.

Os nacionalistas russos aprovam. O conceito soviético da “amizade dos povos” é nojento para eles. Os “asiáticos” não são nossos amigos, segundo os nacionalistas russos estes sub-humanos compreendem só a força e seus territórios deveriam ser colônias do Império Russo e não repúblicas modernas da URSS, subsidiadas desde Moscou. Os nacionalistas, igual à oligarquia têm nostalgia pelo Império Russo.

Os nacionalistas cazaques/uzbeques/ucranianos/armênios/bálticos/etc. também aprovam a culpa de Lenin. Todos eles têm suas reclamações contra a URSS com base nos fenômenos propagandísticos tipo "olodomor", etc. mesmo que o período soviético fosse o melhor tempo na sua história por qualquer parâmetro.

Todos os presidentes dos países ex-soviéticos repetem em coro as bobagens, que se não houvesse URSS, hoje seus países teriam 3 vezes mais gente, que seria 100 vezes mais rica...

Os nacionalistas não chegam a entender que a situação lamentável em seus países é um produto de seus nacionalismos, do fatalismo da economia de mercado e da desindustrialização. O desemprego, a alta concorrência, ausência de projetos de desenvolvimento do espaço comum causam a necessidade de se refugiar na etnicidade, religião, solidariedade local de torcedores de times e outras bobagens, tão cómodas para as elites.

Quanto aos nacionalistas russos, são um presente para o governo de Putin. Tal oposição nacionalista é complementar para as elites governantes multinacionais. Nos anos 2000 o governo gerou um partido seudo social-nacionalista chamado “Patria” que depois de ter simulado a atividade opositora se integrou no governo (o líder do partido, palhaço que antes puxava Sieg Heil, depois tornou-se o embaixador na OTAN e agora é chefe da Agência Espacial Russa).

A boa notícia é que os russos em geral não caem na provocação nacionalista do governo. Até as últimas eleições parlamentares mostram que os partidos nacionalistas, gerados pelo Kremlin, estão em vias de extinção (tanto o velho Partido Liberal-Democrata, cujo líder V.Zhirinovsky é um cómico patentado, réplica pós-modernista de Mussolini, como os componentes jovens, tipo ex nacional-bolchevique castrado Z.Prilepin). Ao mesmo tempo, este jogo do governo com o nacionalismo pode ser perigoso. Cria corvos e eles te comerão os olhos.

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