São poucos os neonazistas
na Ucrânia?
Os principais motores ideológicos do último
"Maidan" [1] foram os liberais e nacionalistas (em toda sua gama até
os neonazistas). A cor "marom" desde o início marcou as protestas
populares em Kiev, provocadas pelas elites ocidentais em conluio com os interesses
dos EUA.
Naturalmente a crítica das forças pró-Rússia não faz a
vista grossa para a reabilitação do nazismo, que vive a Ucrânia durante os
últimos 20 anos. O fato que os representantes mais radicais do nacionalismo ucraniano
ganharam "só" 10,4% (o terceiro posto) nas eleições presidenciais de
25 de Maio de 2014 não ajuda aos liberais e as elites ocidentais para se limpar
[2].
Em primeiro lugar, 12% é um "bom" resultado. Não sabemos se esse resultado é confiavel: não esqueçamos que as eleições não foram
legítimas (crimes contra a humanidade, cometidos pela junta de Kiev em Odessa e
em cidades do Leste do país, terror contra os jornalistas, manipulações em
principais canais da televisão, falsificações em massa, etc.) e em segundo lugar, achamos, que os resultados
foram desenhados em Washington: se Washington quisesse a vitória do mesmo diabo,
ganharia o Darth Vader! Mas é importante que por agora os nazistas foram
abertamente legitimados na Ucrânia. Ao mesmo tempo é verdade que eles ainda não
têm seu próprio canal da televisão como o candidato ganhador das
"eleições" e por isso tem só o terceiro posto.
Embora que os resultados das "eleições" não
sirvam muito para entender estatisticamente o panorama político da Ucrânia, se
pode dizer com "certa certeza" que 360 mil ucranianos apoiam
abertamente aos neonazistas e outros 1,5 milhões simpatizam aos
nacional-populistas. Acaso para um país que se encontra na guerra civil 360 mil
nazistas francos é pouco? E acaso são poucos os outros 1,5 milhões que apoiam o
candidato que pratica as torturas contra os insurgentes? [3].
Queremos enfatizar que os golpistas de Kiev poderiam evitar os
levantamentos pro-Rússia no Sudeste do país de um jeito muito simples: se lhes
deixassem o status regional da línuga russa e prometessem certa autonomia.
Claro que os golpistas até poderiam enganar aos russos e os pro-Rússa, mas eles não
fizeram nada para evitar a guerra civil, ao contrario desde o inicio todos os
lideres do golpe usaram a retorica ultra nacionalista e russofóbica. Por isso o
elemento nazista do golpe de estado na Ucrânia é tão importante, os nazistas
são forças de ataque de Kiev.
Onde estão os neonazistas
na Rússia?
Sobchak (afilhada de Putin), Prosvirnin e Belkovski |
Nessa situação muitos estão preocupados: se a Ucrânia
está tão infectada pelo nazismo e nacionalismo étnico, como está a mãe Rússia?
Na Rússia Konstantin
Krylov [4], um dos principais ideólogos do nacionalismo étnico russo, líder
do Partido Nacional-Democrático (não registrado), organizador das Marchas
Russas sonha com uma revolução laranja de modelo ucraniano:
"O protetorado oficial dos EUA [na Rússia] seria
uma significante ascensão do status atual da Erreéfe [5] (que é uma colônia do
Ocidente, sem compromissos alguns de parte do Ocidente). Mas eu tenho medo que
o protetorado oficial não seja possível agora. Então é mister fazer uma
revolução nacional e demandar um status comparável com o dos países do Leste
Europeu".
Grosso modo os nacionalistas étnicos russos consideram
o grupo governante de Putin como uma junta ilegítima que com ajuda dos clãs
criminosos do Cáucaso quer trocar o povo russo pelos migrantes ilegais da Ásia
para continuar roubando os recursos naturais da Rússia sem perigo algum da
oposição do povo russo. Os nacionalistas étnicos são favoráveis ao golpe de
estado na Ucrânia, mas ao mesmo tempo eles também apoiam a reintegração da
Crimeia e o levantamento dos russos no Sudeste da Ucrânia.
Outro sonhador da revolução colorida de padrão
ucraniano na Rússia é Stanislav
Belkovski, um intelectual bastante popular, cuja tarefa é ligar os
nacionalistas com os liberais, ele repete todas as teses de Konstantin Krylov:
"Eu acho que o nacionalismo é a única maneira
para desestalinizar a Rússia. Por que Stalin é popular? A desestalinização
começou em 1956, logo durante a "perestroika" sobre Stalin e seus
crimes foi escrito tudo o que foi possível. Por fim foi publicado numa enorme
circulação o "Arquipélago Gulag"... Mas hoje há mais
torcedores de Stalin do que aqueles que pelo menos leram os fragmentos do "Arquipélago
Gulag"! Por que Stalin é tão popular? Porque é impossível
desmerecer a ele no marco do paradigma imperial, que domina toda nossa história!
Porque Stalin é um dirigente imperial.
Mas é possível demonstrar que Stalin é ruim desde as
posições do nacionalismo! Para isso temos que dizer que a Rússia recusa seu próprio
paradigma imperial, que o império foi um mecanismo de chupar os sumos do povo
russo, mecanismo da liquidação do povo russo, que Stalin eliminou "a
crema" do povo russo, nisso ele tem sua culpa histórica.
Com isso o paradigma nacionalista... traz consigo
certos custos e é possível que a consciência das elites hoje ainda não esteja
pronta para esses custos. Antes de tudo há que revisar os resultados da II
Guerra Mundial... Porque com desmerecimento de Stalin se esclarecerá que vitória
não foi necessária e que a guerra também não foi necessária. E talvez que seria
melhor fazer uma trégua com Hitler? Além disso, a vitória do paradigma
nacionalista deve absolver o general Vlasov. Porque se Stalin é ruim, Vlasov é
bom. Vamos ter que admitir, que nos territórios ocupados os russos viveram
melhor do que sob o poder dos bolcheviques. Isso significa que a vitória não
correspondia aos interesses da nação russa. A nação russa deveria estar
interessada na derrubada dos bolcheviques que seria possível numa aliança com
Hitler.
Se
a Rússia um dia se transformar de império num estado nacional, ela será parecida
à República Tcheca ou a Estônia".
Não vamos comentar aqui a incoerênica e falsificação de historia, que promovem os intelectuais confundidos (além de isso não todos os nacionalistas russos estão prontos para absolver o traidor e criminoso de guerra general Vlasov). Só qeuremos presentar a lógica de sua confusão. Sua missão é reduzir a Rússia até a República Tcheca ou Estônia sob o protetorado oficial dos EUA. Reduzir-se ia seu tamanho aos territórios que
faziam parte oriental da antiga Rus’ de Kiev (surge a questão se essa Rússia Nacionalista Reduzida até o Principado de Rostov-Suzdal tem que pagar penas por não ter pagado os impostos a Kiev desde o século XII?).
Dessa forma,
toda a obra imperial iniciada pelos príncipes moscovitas nos séculos XIII e XIV
e continuada pelos tsares das dinastias Rurikida e Romanov e pelos líderes
soviéticos seria jogada no lixo. Isso seria o mesmo que se, por exemplo, a
China fazer o mesmo e resolver limitar-se ao controle da região sul do país,
concedendo independência ao Tibete, Manchúria, Mongólia Interior e o Xinjiang
(chamado de Turquestão Oriental pelos separatistas locais) e voltando a
situação em que estava durante o fim da Dinastia Song (960 – 1279).
As
novas gerações dos nacionalistas russos têm essas ideias apresentadas
anteriormente como coisas óbvias. Egor Prosvirin, redator de um dos sites mais
exitosos na internet russa diz: "Eu não vejo nada bom na vitória da URSS
na Segunda Guerra Mundial. Eu acho que no caso da derrota a gente obteria a
mesma Federação Russa, que temos hoje".
Os
nacionalistas e liberais já pactuaram na Rússia durante as manifestações em 2012. Seu
líder é Aleksei Navalni [6], um blogger bastante talentoso, preparado nos EUA,
que combina em seu programa as teses dos nacionalistas e dos liberais. Ao mesmo
tempo é importante que os nacionalistas, nazistas e os liberais mais odiosos
por agora estão marginalizados na Rússia e não tem muito apoio. Sua atividade
se limita nas fronteiras da cidade de Moscou, desafiada pela migração massiva da
Ásia e das regiões do Cáucaso e infectada pelo globalismo e eurocentrismo. Entretanto sua ideologia é uma bomba-relogio que espera seu tempo, porque as elites oligárquicas ainda não estão liquidadas na Rússia e podem ativar essa bomba.
Se os nacionalistas radicais ucranianos estão desenhados para separar a Ucrânia da Rússia e para acompanhar uma agressão do Ocidente contra a Rússia. Os nacionalistas radicais russos foram sintetizados em frascos de Goebbels e Brzezinski para ser os "separadores" do Cáucaso, Sibéria, Extremo Oriente, etc.
1.
"Maidan" é o nome da praça principal de Kiev, manifestações na qual servem
de cobertura para os golpes do estado na Ucrânia: em 2004 e em 2014
2.
Os neonazistas Tiagnibok e Yarosh obtiveram 2% e o nacional-populista Liashko
ganhou 8,4%.
5.
RF em russo. РФ é uma silga, que quer dizer "Fereração
Russa" - os nacionalistas zombam desse título oficial, eles não reconhecem
federação nenhuma igual que os nacionalistas ucranianos.
Redacção de Eduardo Consolo dos Santos
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