frases (protestas "pacificas", democracia, etc.) e ...bases |
Agora é moda comparar as repúblicas autoproclamadas pró-russas no Sudeste de "estado falido (failed state)" da Ucrânia com a República Chechena de Ichkeria, autoproclamada pelos fanáticos muçulmanos no Cáucaso Russo [1].
A lógica é seguinte: a Rússia lutava (e continua lutando) contra o separatismo gerado no Cáucaso pela quebra da legitimidade do governo federal nos anos 90. A capital da república autoproclamada de Ichkeria foi apagada da face da Terra com a técnica pesada do exército russo (e reconstruída faz pouco tempo). Então, por que a Ucrânia pese a crise da legitimidade, não pode exercer a operação antiterrorista em seu território? Essa lógica, desenhada dentro do Departamento do Estado dos EUA, se repete pela propaganda de Kiev e por todos os opositores do grupo governante de Putin dentro da Rússia.
Assim os críticos incriminam a Rússia uma moralidade de duplo padrão.
Até um dos principais canais da Rússia pela confusão de seus redatores estúpidos usou um vídeo da operação antiterrorista, exercida pelas tropas russas em Kabardino-Balkária (uma república da Federação Russa situada no sul do país, mais precisamente no norte do Cáucaso) para ilustrar a missão punitiva de Kiev na cidade de Slaviansk. "Não acham isso o cúmulo da hipocrisia"? - dizem os torcedores do golpe de estado na Ucrânia.
Não, não achamos.
Achamos que a Rússia tem um problema bastante grave dos trabalhadores incompetentes em muitas esferas, o jornalismo incluso. Obviamente os erros dos jornalistas são como "fogo amigo" durante as batalhas informativas, esses erros custam muito, mas não achamos parecidos os casos da guerra na Chechênia (e em outras repúplicas muçulmanas infectadas pelos radicais) com a guerra civil na Ucrânia.
1. É verdade que a Ucrânia atualmente vive uma terrível crise da legitimidade, mas essa crise não começou no inverno de 2013, nem durante a Revolução Laranja em 2004, senão em 1991, se falamos do século XX (na realidade essa crise acompanha a história da nação ucraniana a partir do século XVI, mas foi superada nos períodos de estabilidade da Rússia [2]). Uma significante parte do povo ucraniano se identifica com a Rússia. As palavras "o mundo russo" não são um som vazio. Mas de 80% dos cidadãos da Ucrânia afirmavam em 2008 que a língua russa é sua língua materna [3].
um fôlder goebbeliano para a Ucrânia |
Então os verdadeiros separatistas são as elites ucranianas que querem separar uma grande parte do povo ucraniano do sistema-mundo da Rússia em termos de Wallerstein (e elas conseguiram lavar os cérebros de muitos jovens. É curioso que muitos neonazistas ucranianos não falam a língua ucraniana, senão a russa, ao mesmo tempo odiando a Rússia).
Aliás, não pode ser assim que todo o mundo na Ucrânia aceite a ucranização forçada, imposta por Kiev durante os últimos 20 anos.
Se os separatistas chechenos realizaram um genocídio físico dos russos na Chechênia e queriam impor a Sharia a todos os chechenos, a nova elite ucraniana acudiu à assimilação forçada linguística dos ucranianos pró-Rússia - ao linguicídio - e quer lhes impor sua própria visão de história.
2. A elite atual da Ucrânia esta inspirada na experiência da parte ocidental da Ucrânia - a Galícia. Mas justo ali na Galícia, igual que na Chechênia, durante a Segunda Guerra Mundial foi notável o colaboracionismo em massa com os nazistas (a ponto de uma divisão local da Waffen SS ter sido criada), justificado pelo separatismo contra URSS!
Agora os sucessores da divisão SS Halychyna e do Legião do Cáucaso do Norte da Wehrmacht continuam lutando pela separação da Rússia, e eles lutam juntos ao pé das letras (as novas gerações de UNA-UNSO [4] participaram na guerra da Chechênia contra a Rússia) [5]. Os lideres dos neonazistas ucranianos abertamente pedem aos terroristas do Caúcaso russo que lhes ajudem contra a Rússia [6].
3. A nova elite de Kiev pratica o terror contra o povo pacífico igual que os terroristas chechenos: a missão punitiva contra a cidade de Odessa é parecida aos atentados terroristas mais cruéis que praticaram os radicais muçulmanos na Rússia [7].
3. A nova elite de Kiev pratica o terror contra o povo pacífico igual que os terroristas chechenos: a missão punitiva contra a cidade de Odessa é parecida aos atentados terroristas mais cruéis que praticaram os radicais muçulmanos na Rússia [7].
4. A Ucrânia Ocidental, o motor da russofobia separatista ucraniana é muito parecida ao Cáucaso russo: são regiões fronteiriças, atrasadas, agrícolas, com alta tensão demográfica e apadrinhadas tradicionalmente pelas inteligências estrangeiras.
5. A nova elite de Kiev, igual que os vahhabis da Chechênia, guerreiam contra seu próprio povo: os primeiros desumanizaram uma parte dos ucranianos pró-Rússia, dando-lhes as alcunhas humilhantes como os "сolorados" (pela cinta de São Jorge, símbolo da vitória na Segunda Guerra Mundial, que conforme aos neonazistas é parecida ao besouro do Colorado), quando os vahhabis chechenos desumanizam a seus compatriotas, marcando-lhes como os "cafres".
6. O separatismo russofóbico da Ucrânia atual, igual que o separatismo dos terroristas do Cáucaso, não esta orientado só à separação da Rússia (do sistema-mundo da Rússia). Os radicais ucranianos sonham com uma Ucrânia dos Cárpatos até o rio Volga e o norte do Cáucaso (Vale lembrar que os atuais radicais não foram os primeiros a advogar tal ideia. Em seu livro “Die Ukraine” [publicado na Alemanha em 1939], o georgiano pró-nazista Mikhail Tsulukidze advoga uma Ucrânia com tal extensão territorial [8]) e tem reivindicações territoriais para a Rússia. Igual que os separatistas radicais do Cáucaso não guerreiam pela independência da Chechênia ou do Daguestão (são repúblicas étnicas dentro da Federação Russa e tem suficiente independência), senão pelo Emirado do Cáucaso, que também tem reivindicações territoriais para a Rússia, visando à restauração do Califado do Norte da África até o rio Volga.
7. A Ucrânia Ocidental tem seu solo cultural cheio de bombas e além disso tem muitos motivos para manter seus povos estressados: as comunidades dessas regiões já estão fartas da criminalidade desenfreada, coberta pelas inteligências estrangeiras para alimentar as tendências extremistas locais. E são os mesmos crimes - aqueles que castigam as duas regiões - o tráfico de drogas e venda de álcool falso.
Os leitores podem ver que a mesma junta de Kiev é mais parecida por seu gênesis e modo de atuar aos separatistas radicais do Cáucaso Russo.
Também é importante dizer que as repúblicas do Cáucaso tem muita autonomia dentro da Rússia e na realidade não tem motivos suficientes para se separar da Rússia, porque a Rússia é uma federação, enquanto a Ucrânia recusa as autonomias culturais para suas regiões do Sudeste.
Achamos que a situação na Ucrânia é mais parecida à agressão da OTAN contra a República Federal da Iugoslávia [9]: os radicais chechenos fazem no Cáucaso Russo o mesmo papel dos kosovares albaneses, passando a faca em todos os russos (igual que os albaneses organizaram uma purga étnica dos sérvios no Kosovo), os radicais ucranianos tem que transformar a Ucrânia numa nova Croácia. O sudeste da Ucrânia nessa situação vira a República Sérvia de Krajina, que ficou ilhada dentro da Croácia neo-ustashista [10]. Os esquemas da radicalização da Ucrânia são idénticas aos esquemas experimentados na Croacia [11].
Fontes de informações:
2. Leia sobre a polarização da Ucrânia aquí: http://guiademoscou.blogspot.ru/2014/03/dividir-ucrania-para-conquistar-russia.html
4. http://en.wikipedia.org/wiki/Ukrainian_National_Assembly_%E2%80%93_Ukrainian_National_Self_Defence
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